PATHS OF IMPACT | BRUNO HELENO

Licenciado em Medicina (2005) pela Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ciências Médicas e Doutorado em Saúde Pública – Epidemiologia (2015) pela Universidade de Copenhaga - Faculdade de Ciências da Saúde e Ciências Médicas. 

É Professor Auxiliar na NOVA Medical School, onde leciona Medicina Geral e Familiar, Metodologias de Investigação Clínica, Interpretação de investigação clínica, Epidemiologia e Saúde das Populações. Co-coordena o Mestrado EpiBIS e vários cursos pós-graduados na área da prática clínica baseada na evidência. 

É assistente de Medicina Geral e Familiar no Agrupamento de Centros de Saúde Lisboa Norte. Investiga nas áreas de Ciências Médicas e da Saúde com ênfase em Epidemiologia, Medicina Geral e Familiar e Educação Médica. 

  1. O que o motivou a escolher Medicina e, em particular, a área em que se especializou? 

A primeira parte da pergunta é difícil de responder. Desde a primária que queria ser médico, pelo que é difícil identificar uma razão inicial. A Medicina é uma profissão de serviço ao outro, intelectualmente estimulante e situada na fronteira entre a ciência e as humanidades. Esses aspetos mantiveram a escolha até ao concurso de ingresso. Já a opção pela medicina geral e familiar é mais clara. Devo-a à Professora Patrícia Rosado Pinto - que coordenou o gabinete de educação médica - e a um documento que me deu para ler no segundo ano. Embora fosse sobretudo sobre educação médica, ajudou-me a compreender a importância dos cuidados de saúde primários para melhores resultados em saúde, equidade e eficiência. 

 

  1. Há alguma memória ou experiência marcante da sua passagem pela NOVA Medical School que ainda hoje o acompanha? 

São muitas. Sobretudo, as amizades e as memórias de colegas de curso. Foi muito importante ter uma "turma" de colegas que se mantiveram do segundo ao sexto ano da faculdade. Guardo na memória tutores de várias especialidades que ainda hoje influenciam a forma como abordo os doentes.  

 

  1.  Quais têm sido os maiores desafios e conquistas desde que terminou o curso? 

No plano profissional, ter trabalhado no estrangeiro foi um desafio e uma conquista. No meu caso, não em trabalho clínico, mas em investigação. Percebi que a formação médica em Portugal, e em particular na NMS, prepara-nos para um mercado global.  

 

  1. Sente que o facto de ser antigo aluno desta Escola lhe traz uma maior proximidade com os seus alunos? 

Penso que os alunos serão os melhores a responder. Há experiências comuns que talvez facilitem o encontro: noites de Santana, fado do estudante, corredores de anatomia, esplanada do Bar de Santana, a correria dos locais de estágio para o edifício sede, etc. Quando era aluno, a NOVA era reconhecida pela proximidade entre professores e alunos. Espero que isso ainda se mantenha. 

 

  1. De que forma a formação na NOVA Medical School influenciou a sua prática clínica e o modo como encara a Medicina? 

Qualquer médico é moldado pela escola em que se formou. É aí que adquirimos conhecimentos e praticamos competências, mas também onde aprendemos a “ser” médicos: a relação com os doentes, com os colegas e outros profissionais, e a interiorização dos valores da profissão. No caso da NMS, duas características foram marcantes. O facto de sermos poucos estudantes por tutor favoreceu relações de proximidade. E a passagem por vários serviços e hospitais deu contacto com diferentes formas de encarar a medicina e de perceber como as organizações influenciam a qualidade dos cuidados de saúde. 

 

  1. Que mensagem ou conselho gostaria de deixar a quem hoje está a estudar na NOVA Medical School? 

Em Portugal, é fácil seguir um percurso linear na Medicina: ensino secundário, seis anos de curso, um ano de formação geral, quatro a seis anos de formação específica. O meu conselho é arriscar fazer algo diferente: um período de formação ou trabalho noutro país, um ano numa organização internacional (há oportunidades para estudantes e jovens médicos), experimentar funções não clínicas. Essas experiências divergentes enriquecem-nos como pessoas e a forma como praticamos medicina. 

Bruno Heleno

Alumnus e Professor na NOVA Medical School