PATHS OF IMPACT | INÊS NETO MOREIRA

1. O que a motivou a seguir a área da Nutrição e como a NOVA Medical School contribuiu para essa decisão?

A minha mãe é médica, uma profissional de saúde muito dedicada aos seus doentes e uma inspiração. Acredito que devemos investir na nossa saúde e não apenas em tratar a doença. Juntei a alimentação à saúde e percebi que a área da Nutrição era o que queria para o meu futuro. A nutrição é uma forma concreta de ajudar as pessoas a viverem melhor, com mais saúde. A NOVA Medical School destacou-se pelo seu plano curricular e pela forte componente científica e clínica, o que reforçou ainda mais a minha decisão de seguir este percurso.

 

2. Quais foram os momentos mais marcantes da sua passagem pela NMS – tanto a nível académico como pessoal?

A nível académico, recordo com entusiasmo o contacto com o ensino clínico, a relação próxima com os docentes e a oportunidade de me envolver em inúmeros projetos e atividades que refletem os 3 anéis que pautam esta escola médica: o ensino, a investigação e a comunidade. Se dissesse à Inês que ingressou em 2019 que iria participar no desafio MedCook Challenge, ser voluntária no Hospital da Bonecada, integrar a organização do lançamento da Summer Medical School, participar em workshops no Kitchen Lab e em ações de educação alimentar na comunidade, realizar estágios extracurriculares durante as férias de verão, integrar o desafio Eco-Escolas e ainda ser monitora de 2 unidades curriculares — provavelmente, não acreditaria.

 

A nível pessoal, as amizades que criei e os momentos vividos nas atividades extracurriculares foram fundamentais para o meu crescimento. Respira-se um ambiente académico de "juntos fazemos o que sozinhos não conseguimos!”. Tenho orgulho em ter sido aluna de uma escola que distingue e valoriza o mérito dos seus estudantes através da atribuição de prémios de mérito, o que me possibilitou estar como Nutricionista Estagiária na CUF.

 

3. Como descreveria o seu dia a dia como nutricionista na CUF? Que tipo de desafios e aprendizagens encontra na prática clínica?

O meu dia a dia é bastante dinâmico. Acompanho utentes com diferentes patologias e várias fases do ciclo de vida - pediatria, gravidez, doença metabólica até à cirurgia da obesidade - onde colaboro com equipas multidisciplinares. O maior desafio é adaptar as recomendações científicas a cada realidade individual, mas também é onde mais aprendo, tanto do ponto de vista técnico como humano, como a empatia e a comunicação. Tenho a vontade de querer sempre aprender mais. Quando tenho alguma dúvida, não descanso enquanto não sei a resposta, mesmo que seja “cinzenta”. A Nutrição é uma ciência em constante evolução, é preciso ter cautela com o que se comunica e estar sempre a par da evidência, o que me deixa muito motivada.

 

4. De que forma sente que a formação na NMS a preparou para os desafios do mercado de trabalho?

Sinto que a formação foi exigente, mas completa. A componente científica sólida, aliada à prática clínica e à promoção do pensamento crítico, preparou-me para o ambiente hospitalar. A NMS ensinou-me a pensar de forma integrada e centrada no utente, fundamental para trabalhar com os casos clínicos diários.

 

5. Há alguma competência ou valor que tenha aprendido na NMS e que ainda hoje leve consigo no exercício da profissão?

Sem dúvida, o rigor científico. A NMS incutiu-me um compromisso com a qualidade da prática clínica e com a atualização constante do conhecimento — valores essenciais na minha atuação diária. Enquanto profissional de saúde, as pessoas são a minha prioridade. O maior e melhor reconhecimento que posso ter, a nível pessoal e profissional, é sentir que no final do meu dia tornei o dia do outro melhor, com o meu conhecimento e evidência científica.

 

6. Que conselhos deixaria aos atuais estudantes de Ciências da Nutrição da NMS que ambicionam seguir uma carreira na área clínica?


Aproveitem ao máximo as oportunidades: estágio, atividades extracurriculares e contacto com prática clínica, desde cedo. Sejam curiosos, façam perguntas e estejam sempre dispostos a aprender. A nutrição clínica exige bom senso, sensibilidade, conhecimento e capacidade de adaptação — qualidades que se constroem com tempo e dedicação. Lembrem-se: cada doente é único e é isso que torna esta profissão tão desafiante.

Sigam os vossos sonhos. Hoje sinto que ter a coragem de recomeçar, voltar a estudar (que confesso adoro!) e investir nesta área da saúde foi uma das melhores decisões que tomei. Posso dizer que me sinto concretizada e feliz por fazer aquilo que realmente gosto - todos os dias.

 

Short bio

Iniciei o meu percurso académico em Engenharia Alimentar no Instituto Superior de Agronomia, onde concluí também o Doutoramento em Engenharia Agronómica. Lecionar foi uma das experiências mais marcantes: pelo gosto pelo ensino e pela comunicação. Mais tarde, o interesse pela Nutrição levou-me a realizar uma pós-graduação em Nutrição Clínica. Deixei este “sonho” em standby e decidi que teria de dar uma oportunidade à minha formação base. Trabalhei no Departamento de Qualidade da Sidul Açúcares, onde me desafiei profissionalmente e tive a alegria de trabalhar com uma equipa fantástica. Mais uma vez, as pessoas marcaram-me.  Percebi que o meu futuro aliava alimentação, saúde e pessoas. Arrisquei e candidatei-me à Licenciatura em Ciências da Nutrição na NOVA Medical School através do concurso especial para titulares de outros cursos superiores. E assim, decidi recomeçar… numa escola médica, onde existe interdisciplinaridade entre a Nutrição e Medicina. Atualmente sou nutricionista no hospital CUF Tejo e Professora Auxiliar Convidada nesta escola médica.

Inês Neto Moreira

Nutricionista CUF

Alumna NOVA Medical School